- Plantas;
- Animais.
Trocas Gasosas nas Plantas
Nas plantas, as trocas gasosas estão basicamente associadas a três processos fundamentais: transpiração (perda de vapor de água), fotossíntese (entrada de C02 e saída de O2 ) e respiração aeróbia (entrada de O2 e saída de C02 ).
É através dos estomas, localizados principalmente nas folhas, que ocorrem as trocas gasosas com o meio externo. Estes são constituídos, basicamente, por duas células-guarda que delimitam uma abertura, o ostíolo, através do qual se efectuam as trocas gasosas. Nestas células, as paredes celulares que limitam a abertura são mais espessas que as paredes opostas. Este facto permite-lhes variar a abertura do ostíolo em função do seu grau de turgescência. Quando estas células perdem água, ficam plasmolisadas, a pressão de turgescência diminui e o estoma fecha. Quando as células-guarda estão túrgidas, os ostíolos abrem.
As variações de turgescência das células-guarda dependem do movimento, por transporte activo, de iões K+ para o seu interior. O aumento da concentração desses iões no interior da célula provoca a entrada de água por osmose com consequente aumento de turgescência e abertura do estoma. A saída dos iões K+ por difusão simples provoca a saída de água para as células vizinhas, diminuindo o volume celular (célula plasmolisada), o que provoca o fecho dos estomas.
Os movimentos estomáticos estão, também, dependentes da luz. Quando a planta está à luz e ocorrem as reacções fotoquímicas da fotossíntese, o estoma abre. Na obscuridade, como as reacções fotoquímicas da fotossíntese não se realizam, o estoma fecha.
Factores como a temperatura, o vento, a humidade e o conteúdo de água no solo também influenciam a abertura e o fecho dos estomas.
Trocas Gasosas nos Animais
Nos animais, os gases respiratórios entram e saem do meio interno do organismo através das superfícies respiratórias. Essas superfícies, bem como o conjunto de órgãos envolvidos no desempenho dessa função, constituem o sistema respiratório. Apesar da grande diversidade das superfícies respiratórias, é possível encontrar em todas elas um conjunto de características que aumentam a eficácia das trocas gasosas que aí ocorrem:
- São superfícies húmidas, o que permite a dissolução dos gases, necessária a sua difusão
- São superfícies finas, constituídas apenas por uma camada de células epiteliais;
- São superfícies altamente vascularizadas;
- Possuem uma área grande relativamente ao volume dos órgãos em que se situam.
Trocas Gasosas através da superfície corporal ( Difusão Direta )
As trocas directas de gases através da superfície corporal ocorrem em alguns animais aquáticos e terrestres com baixas taxas metabólicas e elevada relação superfície/volume corporal. Esta condição resulta num contacto directo da maioria das células com o meio externo, facto que possibilita a troca directa entre ambos os meios. Este tipo de trocas encontra-se na hidra e na planária.
Trocas Gasosas através da superfície corporal ( Hematose cutânea )
Neste tipo de troca gasosa, os gases difundem-se entre a superfície do corpo do animal e o sangue, ocorrendo, portanto, difusão indirecta. A ocorrência da hematose cutânea é possível graças à abundante vascularização existente por debaixo da superfície da pele e à manutenção da humidade na superfície do corpo – tegumento. Este último requisito é assegurado quer por glândulas produtoras de muco, quer pelo habitat húmido característico destes animais. Este tipo de hematose é comum à minhoca e aos anfíbios, funcionando nestes últimos como complemento da hematose pulmonar dos animais adultos.
Trocas gasosas através de brânquias ( Hematose Branquial )
Este tipo de hematose é típico dos animais aquáticos, podendo considerar-se a existência de dois padrões básicos: as brânquias externas, expansões vascularizadas do epitélio projectadas para o exterior, e as brânquias internas, constituídas por uma enorme quantidade de lamelas ricamente vascularizadas, representando uma significativa área de contacto com a água. As brânquias, situadas na cavidade opercular entre a faringe e o opérculo, são banhadas por um fluxo contínuo de água que entra pela boca e sai pela fenda opercular, garantindo uma eficaz ventilação daquelas estruturas.
Nas lamelas, o sangue circula em sentido oposto ao da passagem da água na cavidade opercular. Este mecanismo de contracorrente garante o contacto do sangue, progressivamente mais rico em oxigénio, com água, cuja pressão parcial de oxigénio é sempre superior àquela que existe no sangue. Daqui resulta a manutenção de um gradiente que assegura a difusão até valores próximos da saturação da hemoglobina do sangue dos peixes.
Trocas gasosas através de traqueias ( Hematose traqueal )
O gafanhoto e outros insectos possuem um sistema respiratório com difusão directa designado por sistema traqueal. Este sistema é constituído por um conjunto de canais – traqueias – que se vão ramificando até se encontrarem em contacto com as células, onde ocorrem as trocas gasosas. O oxigénio difunde-se directa e rapidamente através de traqueias sem intervenção de um sistema de transporte, o que permite ao animal altas taxas metabólicas. O facto de este sistema se ramificar para o interior do corpo minimiza as perdas de água, podendo ser considerado uma adaptação importante ao ambiente terrestre.
Trocas gasosas através dos pulmões ( Hematose pulmonar )
Nos Vertebrados terrestres, a hematose ocorre em órgãos especializados, os pulmões, basicamente constituídos por uma rede de tubos de diâmetro cada vez menor, que terminam em pequenos sacos, os alvéolos. Estes órgãos foram sofrendo alterações, sendo de notar, nestes animais, as seguintes tendências evolutivas:
- Aumento da compartimentação dos pulmões, que resultou num aumento da área da superfície respiratória:
- Especialização progressiva dos sistemas de ventilação;
- Aumento da eficiência da circulação sanguínea.
Os Mamíferos possuem um sistema respiratório constituído pelas vias respiratórias e pelos pulmões. As vias respiratórias (fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios) permitem não só o trajecto do ar nos dois sentidos, entre o interior e o exterior dos pulmões, mas também o progressivo aquecimento do ar e a retenção de partículas em suspensão.
Os pulmões, localizados na caixa torácica, são elásticos e constituídos por milhares de alvéolos, que garantem uma área de hematose várias vezes superior à da superfície do corpo. Esta superfície respiratória, recoberta de muco, está separada do sangue apenas pela fina membrana dos capilares sanguíneos.
Bibliografia:
- Manual de Biologia 10 ano
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